sábado, 26 de fevereiro de 2011

Mensalidades escolares sobem mais neste ano

Matricular ou manter os filhos no colégio particular ficou mais caro neste ano. Um dos motivos é a ascensão das classes de menor renda, que passaram a consumir esse serviço graças ao avanço do rendimento dos mais pobres nos últimos anos.
Levantamento do Ibre/ FGV (Instituto Brasileiro de Economia da FGV), feito a pedido da Folha, mostra que todos os cursos formais, exceto os de nível superior, tiveram alta acumulada nos dois primeiros meses deste ano maior que o resultado de janeiro e fevereiro de 2010.
Na média, os cursos subiram 6,49% no período (nos mesmos meses de 2010, 4,47%). Mas, nas escolas de ensino fundamental, médio e pré-escolas, o aumento das mensalidades superou 8%.
Concentrados nos dois primeiros meses do ano, os reajustes fizeram o grupo educação registrar alta de 5,71% no período (3,78% em 2010).
Com o crescimento da procura por colégios particulares nos últimos anos, as escolas conseguiram implementar reajustes maiores nas mensalidades, segundo o economista Luiz Roberto Cunha, economista da PUC-RJ.
"Mais famílias puderam migrar para o ensino privado graças ao aumento da renda das classes mais baixas. A maior procura valida reajustes mais altos e repasses de custos", diz Cunha.
André Braz, economista da FGV, também diz que a demanda aquecida proporcionou os reajustes elevados.
O economista afirma que, na média, os serviços de educação só não aumentaram mais por conta da forte concorrência entre as faculdades. Como subiram menos (4,25% em janeiro e fevereiro), diz, os cursos superiores ajudaram a conter o reajuste médio dos cursos formais.
José Augusto de Mattos Lourenço, presidente da Federação Nacional das Escolas Particulares, diz que os reajustes mais altos neste ano refletem a expansão de custos acima da inflação.
Os dados da FGV mostram também altas expressivas em cursos não regulares. É o caso dos de língua estrangeira, que subiram 8,61% em janeiro e fevereiro.
FONTE FOLHA.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Irritado, prefeito de Manaus diz a moradora de área de risco que "morra"

O prefeito de Manaus, Amazonino Mendes (PTB), perdeu a compostura e mandou uma moradora de área de risco morrer nesta segunda-feira (21). A discussão aconteceu em frente às câmeras de TV e já está circulando na internet. No último domingo (20), duas pessoas morreram vítimas de um deslizamento em área de risco na cidade.

A discussão entre o prefeito e a moradora



    A discussão do prefeito com a moradora aconteceu durante a visita do prefeito e sua comitiva à área conhecida como Santa Marta, na zona norte de Manaus. Ao conceder entrevista, o prefeito pediu à população que saísse do local em razão dos riscos da área.
    “O senhor quer a nossa ajuda como?”, indagou a moradora. “Não fazendo casas onde não deve”, respondeu o prefeito. “Mas nós estamos morando aqui porque não temos condições de ter uma moradia digna”, retrucou a moradora. Nesse momento, o prefeito disparou: “Então morra, minha filha, morra”.
    Após mandar a moradora morrer, o prefeito perguntou de onde ela vinha. Ela respondeu que vinha do Pará, Estado de onde partem milhares de migrantes em direção ao Amazonas todos os anos. Ao ouvir a resposta, Amazonino respondeu, em tom de deboche: “Pronto. Tá explicado”.
    Para o sociólogo Luiz Antônio Nascimento, professor da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), a atitude do prefeito de Manaus é deplorável. “Ele ignora que as pessoas que moram em área de risco não o fazem por opção, mas por falta de opção”, diz Nascimento.
    O sociólogo diz ainda que ao questionar a origem da moradora, o prefeito reforça um preconceito inaceitável. “Imagine que um amazonense esteja em São Paulo à espera de tratamento de saúde e o secretário de saúde de lá venha perguntar e fazer ilações sobre o fato de ele ser do Amazonas. Isso é um desrespeito. Ele precisa se retratar”, afirma o sociólogo.
    A redação do Correio do Nordeste entrou em contato com a assessoria de comunicação da Prefeitura de Manaus, que informou que iria emitir uma nota oficial sobre o caso.